TRINTA GRAUS
TRINTA GRAUS
Ela menina-moça-Mulher,
suas iniciais entitulam poesias;
rega suas plantas com ar de sabedoria;
Ele menino-moço-Homem,
seus finais são fantasias que firmam livros de estórias;
bebe sozinho seu vinho, ensinuando alegria;
Na imensidão de um tempo que vaga fusos em voltas,
tal qual Cometa Haley...
(odisseias, memórias)
não se despedem do Universo.
Despem-se em cenas e versos,
miragens, apenas,
mensagens, ideias,
(cada qual na sua arte - o cotejo faz parte)
ditam emoções, líricas,
'em conexões, finas,
corpos calientes (sem tatuagens),
almas contentes (vervem miragens).
Derretem-se em prumo rumo ao futuro,
(cáritas - incógnitas)
como sorvete de chocolate,
exposto à quentura d'um clima de trinta graus.
POEMA 'EN PASSANT'
Era somente uma menina.
De olhar penetrante, bonita.
Imaginária, fugia de seus percalços cotidianos.
O mundo lhe devorava enquanto ela sonhava.
E sonhando tornou-se pródiga no seu ministério artístico.
Mas seu rústico emblema é que por se tornar moça,
tinha que dar aquilo que não se lhe tinha.
Dormiu com urubus.
Convencionou poliglotas.
Ensinou aos perfumados.
Contrariou religiosos que assaltam a pureza infantil.
Resistiu ao semblante dos céus,
e balbuciou um sorriso discreto.
Pálida, recolheu-se no seu próprio castelo.
Não tem medo da vida.
És um pouco atrevida.
Cursou vários cursos, 'mbora de curtos ganhos.
E de manhas faz artimanhas.
Tem apenas escusos escudos de ouro,
afronte do escuro-futuro de quem ao claro lhe procura e lhe quer.
Aos ditames da dor e do amor,
recusa teatros não pagos.
O gratuito é apenas sua sorte.
Sobe e desce na vida (como um elevador),
apertando teclas que denotam seu nome.
Sábia, menina-moça
duvidando 'en passant'
do 'bem-me-quer & mal-me-quer',
tornou-se em lisuras e forças,
- voz de veludo -
formosa (famosa),
Mulher.
