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Hoje brilh'em mim um cinza-sol,
em lídimo tom airoso,
ao lírico som 'Arioso' de Bach,
que me fez despertar; num anoitecer.
Cobri meu passado d'um esboço-sorriso,
singelo & amarelado,
mas imponente-atrevido (um furor),
ao transparente vidro de minhas emoções.
Captei mias angústias.
Condenei meu medo-temor.
Colhi desaforos.
Cometi meus pecados, sem pudor,
e em trapos (maus tratos) me vesti à rigor.
Catei-me em catarse, como num auto-favor.
Em sensações regojitei mia dor.
De fora à festa,
o que foi 'an passant' - um esplendor,
ao que me resta - e o que não mais me cobre,
não me aquece em calor,
perdi - deixei passar por mim,
'pobrezin',
a nobreza nobre de um nobre amor...
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 11/11/2021
Alterado em 11/11/2021
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