SEM NEXO
Durmo,
sonho,
acordo.
Vareio (in)certezas.
Olho de relance pras veias vertentes da Lua,
que me traz uma taça de poesia
e um texto-rabisco de vinho.
Meu trabalho cansa,
e pede cama,
água e música brega d'amor.
Meu corpo transpira...
(sou vadio de fantasias formais)
há uma '
puta' incógnita na madrugada,
que se recusa me dar conforto.
Ela é velha e sábia em suas definições.
(a madrugada me escolhe pra tecer pérolas de palavras num imaginário de azul anil)
Me sinto ralado, detido e triturado,
sugado a um velho funil.
Nada mais sei que(m) sou ou que(m) fui.
Desafluí meu destino.
Vareio (in)certezas.
O que tenho é apenas a letra '
M',
em movimentos-marcas nas palmas de minhas mãos.
Nada nelas seguro (me sinto inseguro).
Vou partir e não sei pra onde.
Algo me diz que preciso 'Ser' (e não 'ter'):
- ao fim, sou de ninguém, creio que nada sou, sou de lugar nenhum.
Vagueio.