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VIGÍLIA D'ALMA
Parreia o quarto, escuro,
'sparrama o nú,
dito a bom som, (in)seguro,
quadrado-solto-calado,
quando o céu é só sol,
nublado de cinza-rubro,
(um brilho vesgo)
e de frases e listras em preto & branco,
que desata e confunde amiúde,
vertingem, fluídos,
(ar fresco)
distoa, estrelas,
(...)
eis qu'em salto saúde (a maresia)
não é tão e somente corpo & mente,
aleatoriamente,
é também poesia
(mesmo que dela, nada per si, sói, não mente mas nada se entende)
O segredo (contente) é ambidestro,
nada modesto mas tampouco nefasto
e não se presta alforria,
'eparrei Iansã', corpo casto
alegria,
em forma ficta do acaso,
- consideração -
daqui ou Dalí - São Salvador,
à nenhuma e qualquer dita-prosa,
(sem dor de amor)
explicação...
SALVAÇÃO
Salve 'moras'; ave reis, rainhas,
balaios, festejos,
palhaços, bobos da corte,
reino de fantasias...
não sou eu ateu que discortina febres em campos inabitados
não sou eu menino que anuncia anúncio aos desavisados
não sou eu arrelia que arrepia sons em barulhos calados
sou uma carta-coringa dum baralho nunca jogado,
sou voto vencido nunca julgado, meio ato falho,
e tenho dotes d'anfitrião - maravilhas - sonhos de artesão.
E aos planos d'outrora, futuro,
mesmo que nunca chega,
à fruto maduro,
busco sempre ao viés, a conciliação.
mas meu medo indigesto quer crer e valer
que fazer do meu próprio gesto
o anunciar d'um perdão,
quando o que sobra - mente apavora -
é simplesmente a fútil-sutil-social,
(de mim e de todos) já antevista,
propositura decor, incolor,
condenação.
'O viver social é crítica alheia mesmo fazendo-se o bem, inda mais agindo-se ao (nor)mal'. (Antonio Jadel)
'Já lhe ocorreu que a vida é toda memória, exceto por um momento presente que passa tão rápido que você mal consegue perceber?” - Tennessee Williams
Amigos recantistas, ouçam, escutem,
e sintam o viajar no tempo-espaço como um flutuar - um arrepio -
através da música & poesia:
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 09/06/2021
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