LAPIDAR
LAPIDAR
Fui lapidar nostalgias
(haviam memórias petrificadas)
e encontrei insígnias do meu bem-querer,
- pérolas de marfim -
desalienadas do infortúnio
altivas pro infinito,
e protegidas do ocaso.
Sei por lógica,
que as pérolas estão ouriçadas de uma vontade lírica,
agendando o presente-futuro
numa mania cheia de glórias.
Bobagens à parte,
o seu campo é vasto - não vago,
(é imensidão)
e sua tez é prisma dum aceno de gratidão ao cosmos...
onde todos os astros brilham,
todos,
cada qual ao seu modo.
Há luz infinita,
e a cia rítmica do 'aceso' agrada o pobre-poeta,
em anatomias de corpos celestes girantes,
delirantes e marcantes,
efusentes e sorridentes,
convidativos e prestativos.
Ah, universo,
tu és uma inconfundível explicação em si mesmo.
E o sol lá por cima - também partícipe deste enredo -
ostentando o estandarte de rei,
apenas observa,
que do lapidar,
em qualquer pedra, qualquer sentimento,
se extraí pérolas, jóias,
a todo e qualquer momento.
Fui lapidar nostalgias,
e encontrei enterrado ao vento,
(poeiras cósmicas)
um tesouro...
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 20/05/2019