APATHEIA
APATHEIA
Busco
in memorian minha apatheia,
não como amarras d'alma
mas em sentinela do meu querer;
vez que ao que sinto
de sonhos, faminto
o meu temperamento é gramatical
dócil - fácil - fértil - útil - ágil - hábil
o que traduz na crença do impossível como possível.
Sei que minha melhor amizade é meu amor comigo mesmo.
Mas que esse amor vezes engana,
mesmo não querendo mentir.
Apenas por narcísica fraqueza, fingir...
Sei qu'ela, a apatheia,
encanta os desenganos
e na aventura de um modelo disforme,
sem apatia,
com panaceia
e longe de qualquer plateia,
faz do preconceito atinar o conceito,
dando um tiro ao certo, pálido e certeiro,
bem no meio da testa da memória que cala o seu destemor.
Descubro à deus-do-céus
num encontro do acaso
- mas sim, por amor -
que só posso criar a partir da minha imaginação.
seja o sofrer
seja o sorrir
seja o perecer
seja ao pódio subir...
... então poeta,
na sua execução vá adiante,
e suba os degraus!
O troféu está lá encima,
(belo e lustrado - brilhante)
pronto pra se exibir...
(fim)
Poema subsequente-subliminar:
OBRIGADO
Dilata, não confunde, expande
De lata, cobre, bronze, ouro... e ruge
De lado, acata o fato, muge, não s'esconde
- a mercê do minguado -
De nada, por tudo, então, ok, valeu, obrigado!