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POESIA D'AUSÊNCIAPOESIA D'AUSÊNCIA
A poesia que cala,
mal-sentida ou bem-querida
(mas introvertida)
infesta o quadrado,
e não merece perdão.
A poesia que cala é ladra,
vilã de sua sorte
- rouba o momento -
pois o seu silêncio é farpa,
que premeditada n'ausêcia do seu expor, rasga mais do que o verbo, rasga o novo e o velho.
O seu torpor é confesso.
Algoz da sua própria inaudível voz
infeliz naquilo que não diz
doente por quedar-se silente,
a poesia que cala é nefasta,
posto que não se manifesta,
nada transforma,
não sente o sensível,
a tudo-se-lhe afasta,
é verdade inverossímel,
e há de morrer sem ser lida - sucumbir,
num breve rabisco em papel,
que o lixo, ao tempo há de engolir.
(fim)
Poema Subsequente-subliminar:
Portanto, poetise-se sempre, pois, poeta...
não se cale pra dentro,
... pondo pra fora, ao preparo in prefácio,
num pequeno & qualquer papel,
sem se prender à praxes,
palavras pujantes que imprimam predicados,
e que se prostem à meta;
preencham,
prescrevam e preguem,
permeiem e privilegiem
pintem e 'ntão promulguem,
uma perfeita e 'possível 'sperança concreta"
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 07/08/2018
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