FÊMEA FANTASMA / CONSTELAÇÃO FAMILIAR
FÊMEA FANTASMA
Vai-te embora!
Suma! Fuja e desapareça!
Viaje pois, 'té onde puder - bem longe ou nunca mais...
nessa vã glória de ser quem tu és, pobre-rica.
você,
fêmea fantasma que não me assusta,
mas muito incomoda,
(encanta)
porque todas as noites comigo deita na cama
(e canta)
e do teu anímico abraço - sem beijo, nem cheiro
o que sinto, é o perdido vazio
(da tua falta),
ao gosto tanino duma fruta cica.
E ao fato, qu'eu queixo
já qu'eu te olho e você tem medo
meu consciente - altivo - pede que partas!
Eis minha dica.
Vai-te embora!
Suma! Fuja e desapareça!
Senão por desencanto,
cortar-te-ei a goela à lâmina duma espada sica.
(pausa pra reflexão)
(pausa pro silêncio em minuto)
(pausa pra pausa em pauta)
(pausa ao leve respiro)
(pausa pra lágrima escorrer)
(pausa pro recomeço)
E sabendo que o 'não' é o qu'entre nós hora se aplica,
meu subconsciente por dentro,
pra fora,
sem medo, direto e reto,
certeiro,
arteiro,
marrento, sincero e exausto
(carente o meu eu),
reclama e grita:
- vá não; '
porfa', fica!
-x-x-x-x-
CONSTELAÇÃO FAMILIAR
Cortei a barba, refis
troquei a carteira, ganha
pulei o muro
cantei novel música
peguei o trem ido e partido
ao novo me aliciei em campanha,
vou correr em outra corrida nunca corrida,
virei a chave da porta que tranca o anonimato
porque em verdade a mentira conta estórias com ênfase
e fastio do bem
(ah, meu bem)
perfumado qu'estou do mesmo perfume de sempre usado
me busco oriente em constelação familiar...
e sei que o sorriso sincero há de vingar,
(ainda que não seja ad eternum)
porque o seu brilho
- você estrela -
avessas experiências,
transversas coincidências,
muito ou pouco dentro de mim,
no conjugar do 'ser ou estar'
e não de maneira vulgar
(o seu brilho - digo de novo)
sempre haverá de brilhar.
-x-x-x-x-
Minha família distoa de conceitos formados. Minha família é quem eu amei (futuro); quem eu amo (presente: ofertado & aceito); e quem um dia eu hei de amar (passado).
OBS: Em Brasília, 19 horas... tã, tã, tã, tã, tã, tãããã...