ESCUDO
Há um escudo que me protege,
invólucro sem embaraço,
uma bolha d'aço,
uma redoma de vidro forte, inquebrável,
uma capa-coberta de notável espessura,
pacote indecifrável,
contra intempéries, um manto impenetrável,
uma linha divisória que nada divide,
(talvez o inviável)
um 'algo' inevitável e inenarrável,
que não me deixa calmo ao relento de um amor constante,
firme e 'pra sempre' - e isso me é inquestionável,
pela vida qu’eu tenho,
e ao que sigo - e sinto - é pois que troco caminhos perenes no amor,
pelo meu vaguear errante...
Há um escudo à minha frente,
contra o qual não aposto o confronto,
nem quebro as suas amarras,
eis que do nada, não escondo no esconderijo,
(vez que gélido)
e do espelho eu não divirjo.
Fico sujeito ao mesmo de ontem,
pelo vintém do 'sempre',
e no respeito pálido à esse martírio,
onde não há sacrifício,
onde foco meus interesses,
não creio em meus credos,
mas tampouco me sinto um pobre ateu.
Há um escudo que me persegue,
girando compassos avessos à minha volta;
Há um escudo que não me abandona,
és constante e latente,
me prende,
e me traz fantasias em risos d'um falso apogeu,
mas em verdade
eu sinto, e sei,
percebo,
anoto e confirmo,
e a tudo que digo,
afirmo,
(não nego)
... qu'esse escudo sou eu.
OBS: poesia publicada e participante no XI Concurso Estadual de Poesia da OAB/SP, em 2017.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 14/11/2017