Antonio Jadel

Entre Sonhos & Poesias, a realidade do dia-a-dia.

Textos


AGRESTE

AGRESTE

Fizestes, dos segredos dos teus lábios, o mistério,
     sereno (improvável);
Colhestes, do plantio de tua seiva, o calvário,
     incompleto (comedido);
Amealhastes, da visão do teu pensamento, o básico,
     eis que sentido (desnudo);
Tolhestes, da vida o melhor de tudo, um plano,
     absurdo (malgrado);
Ficastes, contida em tuas pseudo famosas glórias, injúrias,
     pecado (inconfesso);
Viestes, vestida ao fim de cetim, farpado felpudo,
     atado, um corpo-pecado (tatuado);

E por uma brisa enfeitada,
                                                                                   (fumaças)
uma taça de vinho almejada,
                                                                                    (bebidas)
a poeira descontaminada,
                                                                                  (cheiradas)
uma visão turva,
alma curva,
reles defesa e obtusa,
um querer abolido ao léu - oh, céus,
tudo mesmo acaba isento de tudo, 
é que no agreste, todo clima é seco, rude, e ruminante,
bravio e inculto,
áspero, 
nada se muda, 
como um giro vaidoso e intrigante no ar,
sem ... sair ... do lugar...

(fim)

Poema subsequente-subliminar

Mas a pior bobagem do homem...
é sentir-se(r) o animal racional, 
como se a tudo fosse, dominasse,
e quizesse e pudesse,
sem ao menos,
interagir. 
'O delicado está na precisão d'arte não na imprecisão de pensar que se é'
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 02/11/2017
Alterado em 20/11/2017


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