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AGRESTEAGRESTE
Fizestes, dos segredos dos teus lábios, o mistério,
sereno (improvável);
Colhestes, do plantio de tua seiva, o calvário,
incompleto (comedido);
Amealhastes, da visão do teu pensamento, o básico,
eis que sentido (desnudo);
Tolhestes, da vida o melhor de tudo, um plano,
absurdo (malgrado);
Ficastes, contida em tuas pseudo famosas glórias, injúrias,
pecado (inconfesso);
Viestes, vestida ao fim de cetim, farpado felpudo,
atado, um corpo-pecado (tatuado);
E por uma brisa enfeitada,
(fumaças)
uma taça de vinho almejada,
(bebidas)
a poeira descontaminada,
(cheiradas)
uma visão turva,
alma curva,
reles defesa e obtusa,
um querer abolido ao léu - oh, céus,
tudo mesmo acaba isento de tudo,
é que no agreste, todo clima é seco, rude, e ruminante,
bravio e inculto,
áspero,
nada se muda,
como um giro vaidoso e intrigante no ar,
sem ... sair ... do lugar...
(fim)
Poema subsequente-subliminar
Mas a pior bobagem do homem...
é sentir-se(r) o animal racional,
como se a tudo fosse, dominasse,
e quizesse e pudesse,
sem ao menos,
interagir.
'O delicado está na precisão d'arte não na imprecisão de pensar que se é'
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 02/11/2017
Alterado em 20/11/2017
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