Antonio Jadel

Entre Sonhos & Poesias, a realidade do dia-a-dia.

Textos


ACOLHIMENTO

ACOLHIMENTO

Acolho a dor,
porque a que sinto, é mor,
e dói muito mais que nela (de quem tá de fora).
Dói tanto ao disparate,
que ofusca a paz que à mim rondava em sentinela.
E o meu conforto caído 'de quatro',
p'rece que de mim não tem piedade,
vez que consigo segregou a sorte,
e comungou a indecisão.

Acolho o grito.
Escuto. Lhe ouço.
Destempero o momento. 
Aguço o sentimento. 
E não fujo da escolha por decidir qual teria sido o melhor rito.
A escolha é palpável, e é certa por quem a faz,
e porque o faz, 
inda que depois de tudo nos tragam comida fria,
pra ser deglutida na esquina,
como se fosse único direito à ser comprado.

O propósito há de ser compensado...

E se houve deslizes, quem há de comprar o livro da salvação?
Ninguém!
Então impropérios lançados serão verbos de poesia.
Inda bem! Defronte ao perdão,
lategadas palavras terão efeitos de heresia. 
Afinal, se só nos cabe somente a verdade,
colimas in glória
toda lógica é ilógica, 
toda leitura será imprópria, 
dizer por dizer será mera vaidade, 
o texto escrito será só um pretexto,
do escolhido (escorreito) viés, contexto.

Mas... mesmo depois de tudo.
De farpas e tal como guerra - Canudos,
mártir do nada, 
não me recolho, 
e acolho a fé.
Como quem anda a pé,
não sem destino ... mas sempre passo adiante,
tratando da dor (pra que fique contida),
entendendo o grito (pra que tenha sentido),
aquecendo o espírito (enleiante), 
deveras, confiante.


(fim)

"Os erros são parte da essência humana.
Mas acolhida n'alma a humildade,
- o reconhecer -
eis aqui, um pouco da nossa sublime dignidade". 
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 22/08/2017
Alterado em 22/08/2017


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