Antonio Jadel

Entre Sonhos & Poesias, a realidade do dia-a-dia.

Textos


MÁQUINA DE ESCREVER

MÁQUINA DE ESCREVER

Se tivesse eu o dom de poetar,
queria ser um poeta daqueles tempos dos escritos a mão;
ou ao melhor estilo,
mais moderno, então,
de poemas datilografados na máquina de escrever,
que com seu barulho ao dedilhar
- tec, tec, tec, tec, 
carregava emoções,
e dizia ao profundo d'alma, coisas do imaginário,
em papéis amassados e manchados à gota do café,
feitos aos erros então rabiscados,
textos variados,
borrados,
refeitos em contra d'uma borracha-verde que esfolava o papel,
mas que na sua essência - não ao léu - assim como nós -
deixava consignado ao seu plano as marcas dos erros,
- enganos em comunhão -
em busca do melhor texto,
como se fosse a busca da perfeição.

Ao que hoje se edita, justifica e se alinha,
formata e prontifica, 
sai tudo certo e pronto (e por isso tá errado),
como se as marcas e os erros na construção - confecção,
não fosse mais parte da essência,
do objeto em conclusão.

Não há certeza sem erros ou manchas.
Coisas que nos fazem crescer...

Ah, tempos de outrora,
como era charmosa aquela máquina de escrever...
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 12/08/2017


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