PRISÃO
PRISÃO
Há uma prisão da qual não me liberto,
e que desatina em nódoas,
toda a forma do meu querer.
Nem tento fugir,
pois na dobrada da primeira esquina,
numa rua escura ou na avenida central,
no meu direito de ir e vir,
animus próprios,
sei que sereno à expiação, vou sucumbir.
Nada me contenta,
mas não me sinto violado: eis o meu pacto.
Sinto-me tisnado na angústia,
mas pródigo na esperança.
Rasgo assim mia sentença, porque contra ela eu duvido,
não apelo e sorrio.
Seus efeitos não mais me atingem.
Talvez causem apenas pouca vertigem. Nada mais...
Vejo que as grades estão todas abertas,
não há vigilância (eis que todos são culpados também)
e o sol nasce redondo - feliz por si só, esbanjando raios.
Em verdade... essa prisão é falsa na sua própria cognição.
Sou eu que me tranco,
por dentro - na intensidade,
e por fora - na astúcia vilã da mia vaidade.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 25/07/2017
Alterado em 26/07/2017
