A MAIS PURA BELEZA
A MAIS PURA BELEZA
A mais pura beleza - que se encerra de carne e osso,
verseja, almeja,
não se engana, nem muito reclama,
festeja o ópio de sua geração - numa vertente poética,
escorreita,
sem melodrama,
e deita...
... deita na vida como se fosse dormir um sonho já realizado.
Porisso, o que precisa sentir - ouvir do silêncio - ao seu entorno,
é paz,
por si,
é só calmaria, ao que de si (novamente),
'tá nos olhos',
enseja.
A mais pura beleza,
não guarda hóstias pra comemorar.
Bebe água benta (dos rios),
senta no chão da mesa (sente o frio),
fechada por dentro na sua mata densa-escura,
arregaça as mangas da sua própria pele pintada,
canta à cura,
se abre ao novo da vida (descobre),
e pede...
... pede perdão pela sua pura e simplória existência;
Vez que de glórias ou honras não precisa,
já as tens in natura (talvez não perceba),
na sua essência.
Mas num contra-senso (in)sano,
seguro,
converge-se o ditado sobre-humano,
como num pasto mal arado,
cuidado por vários deuses e um só diabo;
e se há_dá(h)divas em poesias,
ditas, escritas e também caladas,
valoradas ao peso do metal-cobre,
tal pura beleza sobrevive...
... sobrevive ao normal,
pois além das dificuldades de sempre (que sente),
há que seguir o padrão social.
E daquela beleza pura, tão pura e cativa,
tão pura e tão bela (nativa),
tão pura como um'alma nua,
desgarrada de proventos, crua,
mesmo assim, altiva,
vingou sua procisão;
e o que era incerteza, continuou,
mas virou decisão.
obs: poema feito em comentário-dedicatória à poetisa Adah, deste Recanto