O PÃO
O PÃO
O pão que me era dado,
alimentado,
partiu-se, sem ser repartido
(...)
molhado em sangue-seco,
fresco,
desfez-se de vez,
e de resto,
fragmentou
(...)
e em farelos ao vento que voa,
fugido e perdido,
voou,
como pó em poeira d'estrada,
sem fim.
O pão que me era dado,
alimentado,
mesmo que por meu direito,
nem mais matou a fome,
nem muito menos a sede,
nem nada qu'eu queira - mesmo que tudo feito,
ao viés de uma jornada,
labuta cansada;
acabou,
teve seu fim.