Antonio Jadel

Entre Sonhos & Poesias, a realidade do dia-a-dia.

Textos


CARNAVAL

A dança ilusória que se propaga ao meio-final do mês,
alivia os encargos diários,
refresca o calor que faz mal aos sensatos,
seja por bem,
seja por mal.

E o que se sente no hemisfério de sua boca,
é um gosto secreto de pimenta ardida,
recrudescida,
patrocinada pelo não (uma recusa),
- normal -
          ao convite de um carnaval.

Foi descrente o convite.
          Queria ele um passatempo.
Foi sincera a recusa.
          Não queria ela nada de momento.

E o que sente nas pálpebras do seu coração,
é um regozijo,
bendito, mas carnívoro,
diante de uma multidão que dança e sorri,
com bebidas nas mãos,
          gritando e cantando 'laiá - laiá',  
          sem mesmo saber o porquê.

Favas na escuta...
e a coletiva loucura que contamina a multidão,
- pobres no seu orçamento -
exige pra si um perdão,
posto que passada essa situação,
tudo voltar-se-á ao normal...
(inclusive a pobreza)

Folias em festas,
benditas as algazarras,
bebidas em prol de um sorriso,
e morte aos desavisados.

Folias em festas,
depredação em geral,
quebra-se tudo em nome da alegria,
Tudo bem... vale-a-pena...
- a pobreza permanece -
mas hoje é carnaval...


obs: publicado meio fora de tempo... mas pra arte poética, tá valendo!
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 06/05/2017


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