DECEPÇÃO
DECEPÇÃO
Não há decepção no ocorrer do (in)esperado,
vez que tal acontecer,
no imaginado,
à espreita,
malgrados os lençóis que nos cobrem,
onde passa o frio (arrepio),
esquenta o calor (há temor),
era mesmo o prenúncio da escolha a ser feita.
Não há decepção na contramão da direção.
Indas e vindas fazem parte de uma mesma estrada.
O que difere é a escolha...
o sentido...
o caminho à se percorrer.
E a decepção é vulgar somente pra quem sente.
Decepa o que não presta.
E não presta serviços ao coração.
Corta cabeças de antemão.
Fere o ditado, em linhas abstratas da pretensão.
O querer de um, não é o que se quer, a dois (ou mais).
Do contrário, seria tema central de um romance em best-seller.
Um drama vivido em comédia.
E nada daquilo que se'espera,
nos serve,
sem nos darmos conta - da mesquinhez (já dita),
que altiva o decidido por quem assim quis,
e o fez.
E o decidir não depende somente de nós,
nem tanto a um coral,
de uma e só única voz.
A decepção é o que desce,
que cai,
ao contrário,
da nossa mesquinha (virtual) opção.
A decepção é o que cai,
que desce,
ao contrário,
da nossa vaidosa (individual) opção.
A decepção é o contrário,
da nossa enganosa opção,
e cai na descida (e corta), ao vazio e'squecido,
do sentimento do coração.