RUÍNAS
RUÍNAS
Ruínas...
eis que sobrevivem pálidas,
às intempéries do tempo.
São pérolas da história que ficam inertes (vivas),
a ser visitadas por almas alheias,
vagantes,
que buscam encontrar os seus sonhos inda não edificados.
Ruínas são adereços...
E na contemplação do que a vida foi um dia,
dos argumentos não mais escolhidos,
- passados -
agora tesouros escondidos,
- valorados -
pedras, pó, poeiras,
- amontoados -
vê-se presente a quimera,
para o quê se impõe,
a pretensão d'um novo tempo - não em ruínas -
mas à construir,
em sua lógica espera.
Ruínas são brindes aos recomeços...
obs: poema decorrente de comentário ao áudio da poetisa Ariadne Cavalcante (deste Recanto), da poesia de Florbela Espanca, 'Ruínas'.