A SEDE
A SEDE
A sede que tenho é tanta,
tamanha,
porquanto em si se agiganta,
que nem toda água potável,
quiçá, lhe mataria;
É tamanha,
e tanta, a sede,
estranha à minha vontade,
que não se acaba à míngua da intensidade.
Não muito me engana,
nem se afasta,
do qu'eu suportaria no meio do nada,
ou do mato,
e talvez, lhe mataria;
A sede em mim é farte e voraz,
e dirime-se em gotas de emoção,
mas por vezes me deixa em falta, incapaz,
caido como um pedinte, fraquezas ao chão.
Não é d'água a sede que sinto;
e que tenho,
inda que tanta e tamanha,
e farta,
e pelos feitos, aos tinos do que a vida então me permite,
fatias às favas,
- molho a garganta - quero matar o meu apetite...
... a sede que tenho é saber-entender, dos meus limites.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 19/04/2017
Alterado em 23/04/2017