UM DOCE DE INCÓGNITA
UM DOCE DE INCÓGNITA
Tu me pedes um doce chocolate,
à páscoa da vida,
que nos surgiu arredia - de repente,
'té mesmo de uma forma atrevida.
Mas foram feitos e anseios,
somados ao nosso tempo.
Temos apenas de nos entender,
porque a passagem é contínua...
Mas, mesmo assim,
ao revés da fugacidade,
digo-te então, o 'não'.
Nego-te qualquer coisa que adoce sua vida.
Nego-te o fácil, alhures.
Nego-te o rápido, desnecessário.
Nego-te o simples, pela ocasião.
Nego-te os prazeres consumíveis ao relés d'um minuto.
Tudo isso eu nego,
agora, de antemão.
Dar-te-ei - em 'delta t' - apenas os amargos sabores da minha incógnita...
... cujo contexto da dúvida, é permanente...
... e que ao sabor do tempo,
nos anseios das buscas e descobertas,
ao contrário do doce que logo se consome,
serão longos, extensos e duradouros.
Muito mais consumível do que um simples momento.
E prazeroso, talvez, até onde e quando possa acabar.