SURREAL
SURREAL
O que era tão surreal,
à vista do que tínhamos medo,
tornou-se pleno,
até mesmo pouco vistoso e concreto,
pois...
suplantou astúcias,
sucumbiu à ofegante respiração,
suspendeu enfeites da sua mentira,
suportou dores e amores,
surrupiou sua própria pátria,
suspirou anseios,
sugeriu idéias pífias,
sugou o sangue coalhado da enfermidade,
subsidiou cotas inválidas,
subscreveu camuflados poemas,
e ao submundo da sua própria existência,
submergiu do nada,
surgiu suspenso na superfície,
sussurrou o supérfluo,
e ao que não mais nos assusta,
gritou sucintamente:
- tudo agora nos é tão real!