INDECISÃO
INDECISÃO
Se é pela indecisão que toma o meu rumo,
martirizo o contato - o tempo - refeito ao sabor,
do meu dissabor,
ao meu redor;
Nada mais faz sentido, então.
Se é pela indecisão que toco mia banda,
o som se acalanta com o próprio silêncio;
O medo (ausência)... a vaidade (de plantão)...
a displicência da autoridade... (a confusão);
Nada vale ao acaso, então.
Se é pela indecisão que eu amo à quem me ama,
meu amor é funesto,
e de útil ao consumo - o desonesto,
inda que um pouco pacato,
incaulto,
não vejo algo que serve;
Nada me vale a pena, então,
E se pois, nada me contenta ao revés,
apenas observo...
não vejo Narciso ao espelho,
sou contra-gosto ao meu próprio gosto,
e o que busco, nem sempre bate à minha porta,
ou cai bem aos meus pés.
Nada que vejo sustenta o orgulho, então.
Imprópio daquilo que' spero,
sinto-me só,
dócil, frequente,
não louco - eloquente,
mas sou cálido na minha finita definição.
E assim sem sentido,
nada oriento, sem precisão,
rodopio aos ares, girando, girando, girando...
perdido 'redondo' em meus passos dados,
alinhados e descontinuados,
num espaço vazio,
cheio dos frutos do nada,
eu é que fico servil,
da minha própria indecisão.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 17/02/2017