CONTRADIÇÕES
CONTRADIÇÕES
Purifico desejos,
embriago minh'alma,
não revelo anseios queridos (e feitos),
mas não escondo a casta timidez,
dos meus defeitos e tinos feridos...
... desareados por sóis ao longo da vida.
O que me tem,
em mim,
não me compra.
Nem tampouco se vende.
A tudo, depende...
E o que sinto,
- ainda que a um modo espúrio -
me revela verdades analfabetas,
abertas,
semi-encobertas,
não ditadas em nenhuma enciclopédia.
E nos ciclos que vivo,
eu peço,
ao estreito da lei,
nem muito mais, nem muito menos.
Mormente o que me serve: a nota média
Eu viajo sem sair do lugar.
Eu viajo a pontos distantes,
pertos de mim mesmo, entre o tudo e o nada.
Eu visto-me bem (me espelho),
mas com roupas desalinhadas.
E perdido no mundo em que me encontro,
(não tenho bússulas orientativas)
o que me resta,
é a vaga noção da sensação de um bem estar.
Eu não vivo as contradições.
É meu jeito e modo de amar.
À verdade-mentira - tudo são ilusões,
e fazem parte conjunta dum único ser.
Há verdades e mentiras nas ocasiões,
não que não seja finito, mas pode ser.
Eu não vivo as contradições.
Elas que me combatem.
Tiranas...
E contradizem por si (as vezes fracas),
a forte força do meu querer.