SONHOS MORTOS
SONHOS MORTOS
Sonhos mortos não vingam o ressucitar;
carecem da altivez do seu tempo,
apodrecem, de vez.
Viram pó.
Sonhos mortos não colhem frutos do seu plantio;
carecem ao fomento do rego,
não escoam, não fertilizam,
deterioram de uma vez.
Viram pó.
Sonhos mortos adormecem pálidos ao filme que passa;
carecem do proveito de se levantar,
não se mexem, não se procuram,
fenecem ao momento,
perdem sua vez.
Viram pó.
Sonhos mortos, enterrem;
enterrados estão,
E n'auto decomposição,
viram pó.
Dá dó...
Poema subsequente-subliminar:
Quiçá do pó se recolha,
se faça o refaço da nova escolha,
e mesmo enfadonho que seja,
apareça, aconteça, se auto-mereça,
entoe a talha que a tange d'um modo risonho,
permeie a esperança na vida,
ungida no óleo que alivia,
e por tal conta, renasça à face de um novo sonho.