Antonio Jadel

Entre Sonhos & Poesias, a realidade do dia-a-dia.

Textos

A POESIA NÃO ESCRITA

A POESIA NÃO ESCRITA

Não vejo aos olhos da imaginação,
nem me vem à tona, 
mais textos em glória proferidos pelo meu sentir;
tudo é silêncio,
anímico,
sem jeito e sem tema.
Não encontro o entusiamo,
tudo tá 'scuro,
e me falta tinta,
o papel,
a idéia
(um dilema),
nem mesmo a um pífio roteiro que se possa escolher.

Eu sinto que nada mais eu sinto.
É o prognóstico - diagnóstico, 
do meu pouco querer. 
Nada tenho à escrever.

Parece que vai mal...
entre voltas, volver, 
afinal,
palavras nem sempre traduzem o ideal.
E o acalanto pra quem nada faz,
é a mesmice do dia-a-dia,
que jaz...
... e que mata como doença silenciosa.

A febre da inconstância é nebulosa,
perigosa, 
indecorosa. 
E tira do cerne da questão, 
à mão, 
a vã ou vil inspiração.  

Ah, quimeras, 
quisera eu deixar registrado o encanto da poesia,
ainda que ao riscos de canivete,
navalha, 
que traçam o corte no caule d'árvore cheia.

Estaria assim grato ao meu bom grado. 
Sentiria júbilos, ao calor d'emoção, 
tal qual a quentura do sangue que corre na veia. 

Mas ao infâmio da preguiça,
- que me toma conta -
- e não me atiça -
resta-me por qualquer conceito ou contexto,
a ausência de tudo,
o nada, 
a hipocrisia.

Melhor então... até mesmo pra poesia,
me recolher, 
silenciar,
e nada escrever.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 13/01/2017
Alterado em 13/01/2017


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