EBRIEDADE
EBRIEDADE
Cai a taça,
um escorrego ao descuido;
Quebra-se o vinho,
e'scorrem lentos ao chão,
os cacos estilhaçados de vidro (cristal).
O barulho do fato é opaco
(ouve-se mal).
O sabor rarefeito.
O constrangimento imperfeito.
E o que é vermelho - tinto,
é o sangue que não se bebe.
E flui... corre nas veias dos corpos,
na sua sede,
na sua vontade,
num íntimo prazer,
no ébrio sentimento de alforria,
na sua eternidade.
Interação com o mestre-poeta Jacó Filho:
ÉBRIOS DE VIDA
Quando somos na taça, diluídos,
A impressão que se torna louca,
Não é degustada como sendo pouca,
Ante as vontades ora, reprimidas...
Liquefeito no vinho que tomamos,
Morre a ansiedade e nasce o céu...
Por alguns minutos, sabores de mel,
Dão os motivos, e nos embriagamos.
Mas revendo a fita no dia seguinte,
Analisando quantas vezes se repete,
Percebemos quanto da vida é confete,
E nos voltamos ao Pai, como pedintes.