MISTURAS
MISTURAS
Há misturas em mim,
vertigens 'claricianas';
algo que se busca por si,
e por entre claras paisagens do cotidiano.
E o cotidiano é o eu somado ao alheio.
Algo que é, mas não é crível.
Que não deixa de ser, quando não se está.
E só assim contigo me 'ntender: pensando no meu indefinível.
Há misturas em mim,
sanas loucuras poéticas,
espantos e explosões. Calmarias 'gullarianas'...
Fraudes aquilianas.
Daquilo que tenho, tudo são partes.
Partes iguais que se encaixam nas desiguais.
Enquanto um é o complemento do outro,
o outro é incompleto.
E nas misturas de sábios complexos,
me vejo perdido, viajando nas nuvens,
mas buscando...
por distantes e incompletos nexos - dispersos prazeres,
o meu próprio encontro de si.
E porisso caminho... caminho... caminho...
entre pedras que encontro, visgos e riscos,
barreiras e paisagens.
E nos ares dou os meus vôos constantes, esfuziantes.
E risos também - conquistas - belas vistas.
Há misturas em mim,
E nelas que sigo,
conduzo,
liquidifico-as, triturando mazelas e sentimentos.
Paisagens...
Parece que sou fracasso cheio de glórias.
Parece que sou ápice virado em ponta-cabeças.
Preces à Deus...
pois o misto de tudo, é o tudo do meu eu.
Há misturas em mim.
E elas me servem, me postam,
me guardam, me intrigam,
me doam, ditam e distam,
me confortam e seguem,
me enriquecem,
enfim.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 05/01/2017
Alterado em 05/01/2017