ANO NOVO

'caba o ano,
acaba.
Quero o novo, e não mais o de agora.
Pois no dia de hoje o 'não' que impera, é o desengano.
Que fica e finca a trava no peito...
assusta.
ilude,
martiriza,
agride,
ofusca,
e confunde.
'caba o ano, acaba.
E o estranho é que eu vejo a luz.
Ameniza, 
conforta, 
alimenta. 
E dai Deus, cabo à sorte contrária,
o fim,
pela tua misericórdia.

E o dia do ano novo, que se 'spera,
será bem melhor...
oxalá, amém, meu pai...
Mas ao fundo da verdade - e que seja dita,
o novo é sempre aquilo que esperávamos do velho,
e não deixa de ser igual como todo e qualquer outro dia.