Antonio Jadel

Entre Sonhos & Poesias, a realidade do dia-a-dia.

Textos

UM CORAÇÃO DE PEDRA

UM CORAÇÃO DE PEDRA

Disseram-me um dia, outrora,
que meu coração era feito de pedra.
Meio que duro,
     insensível (não insensato),
     sem fundamento - talvez,
     ou gelado demais (diriam alguns).

O outrora passou. Hoje a hora é do agora.
O ditado é que me faz firme na ocasião. 
E as vistas que tenho (humildes) elevo distintas à frente, sem pudor, 
mas convicto e imponente. 
E quando leio poemas,
não só compartilho o bem-querer dos poetas.
     Eu teço o meu mel (e bebo), 
     eu contabilizo histórias,
     e vejo memórias - alheias,
     augustas e argúrias, climas do inesperado,
     propósitos das vivências anônimas, 
     e eu sinto... (não o vazio - o macio)
     e deito no solo da comunhão.

Meus olhos brilham de lágrimas,
e o que bate à porta da misericórdia é a imensidão.
Eu fico atônito ao segundo que passa.
Calo minhas bobagens. 
Ressalto apenas as virtudes, embora em silêncio.  
     Eu não mais me nego - nem me contemplo. 
     Sentencio, enfim, o meu próprio perdão. 

Ah, agora eu sinto mais.
     O arrepio é intenso ao corpo todo,
     e eu sou...
     pois meu coração singelo ao sensível,
     penetra, permeia.
     E o que era pedra, já não é mais. Porque dissolve... 
     como palavras em poesias, 
     ... em grãos de areia.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 22/12/2016
Alterado em 23/12/2016


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