Antonio Jadel

Entre Sonhos & Poesias, a realidade do dia-a-dia.

Textos

O QUE DÓI N'ALMA

A mágoa,
          A marca,
                    A mancha,

Há mágoas,
          Há marcas,
                    Há manchas,

Tem-se ao luar névoas que ficam no horizonte...
e muito demoram pra dissipar.
Coisas que amarrotam (embrulham),
e não desmancham (entulhos).
E nem sempre o ambiente é propício.
Porisso muitas vezes que depois do tapa, calamos,
e só depois queremos ao menos o revidar. 

A manga desabotoa... e não mais fecha, 
suja de luto e de sangue pra ser lavada,
ficou fora de si - fora do seu contexto de utilidade. 
Nada mais serve por insanidade. 

E o que ficou não fora a boa saudade. 
O desaforo ficou relegado ao destempo. 
Não mais serve de utilitário. 
Pois o sentido do que se sente, ao néctar dos fortes dizeres,
são preceitos inigualáveis da inglória autoridade. 

Foram ditadas as mágoas, 
          impingidas as marcas,
                    e constatadas as manchas.

Amargas teses que não se desfazem - na boca do homem,
entristecem. 
E a dor d'alma se colhe ao avesso do tempo, 
por si, enrijece. 
E as amarras que impedem a leveza do abraço,
fortuito ou não, 
mui vezes por nada satisfazem,
e aborrecem.

(fim)
Poema subsequente e subliminar:

... mas a terapia,
sutil e anímica,
ao pretexto do acerto, 
então se revela, 
conserta, 
e por si, ​agradece.  
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 13/12/2016
Alterado em 14/12/2016


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