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O QUE DÓI N'ALMA
A mágoa,
A marca,
A mancha,
Há mágoas,
Há marcas,
Há manchas,
Tem-se ao luar névoas que ficam no horizonte...
e muito demoram pra dissipar.
Coisas que amarrotam (embrulham),
e não desmancham (entulhos).
E nem sempre o ambiente é propício.
Porisso muitas vezes que depois do tapa, calamos,
e só depois queremos ao menos o revidar.
A manga desabotoa... e não mais fecha,
suja de luto e de sangue pra ser lavada,
ficou fora de si - fora do seu contexto de utilidade.
Nada mais serve por insanidade.
E o que ficou não fora a boa saudade.
O desaforo ficou relegado ao destempo.
Não mais serve de utilitário.
Pois o sentido do que se sente, ao néctar dos fortes dizeres,
são preceitos inigualáveis da inglória autoridade.
Foram ditadas as mágoas,
impingidas as marcas,
e constatadas as manchas.
Amargas teses que não se desfazem - na boca do homem,
entristecem.
E a dor d'alma se colhe ao avesso do tempo,
por si, enrijece.
E as amarras que impedem a leveza do abraço,
fortuito ou não,
mui vezes por nada satisfazem,
e aborrecem.
(fim)
Poema subsequente e subliminar:
... mas a terapia,
sutil e anímica,
ao pretexto do acerto,
então se revela,
conserta,
e por si, agradece.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 13/12/2016
Alterado em 14/12/2016
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