A DAMA DA NOITE
A DAMA DA NOITE
A nudez lhe acobertava de segredos;
escondia seus medos,
e o silêncio de sua voz, era frenético ao volume do som ambiente.
Despida de pudores,
ela manifestava de forma fina, afora, os grandes feitos.
Seus femininos trejeitos não eram de si, só,
por todos, eram alheios.
Eram marcas que a distinguiam.
Nem tão bonitos, mas tampouco eram feios.
Eram glórias e poesias.
Eram contos de fadas misturados de suspense ao terror.
E eram de todos, se assim quisessem.
Amálgamas de corpos & almas.
Histórias & aventuras.
Sinceridade (sim) & loucuras.
E nessa coalizão de ilusões, havia dor. Havia amor.
Na mesa ao lado (pra enfeitar), havia um vaso com uma única flor.
A fantasia pazia parte do enredo.
Uma tônica daquele entorno.
Dos homens que a dispunham (e não contava quantos),
tinha visão distorcida: na sua miopia do verbo amar,
não enxergava defeitos...
... somente o volume do bolso.
Que era, em verdade, o que depois,
sempre rindo (por dentro em prantos)
ela ia em contas-corrente contar.
(fim)
Poema subsequente-subliminar:
'E Jesus disse:
- Diga-me com quem andas, e eu te direi quem és.
(...)
- Diga-me homem,
um proclamo ao perdão e sem medo do açoite.
Quem em verdade tu procuras à noite?