BIFURCAÇÃO
BIFURCAÇÃO
Caminhava meio que sem sentido,
apenas comigo mesmo, consentido,
não deturpado,
mas atraído pelo vazio,
documentos anotados em fotos, alguns novos - outros velhos, estragados,
(in)sensível a si mesmo e ao pino do sol,
insensato (mas não falido) e sem estar arrependido.
Mas do que viriam acordes da vida?
Passos de antemão,
asfaltos molhados ao sereno,
poeiras e estradas velhas,
ruínas de palácios blindados,
verdejantes campos apenas pintados em quadros da mente,
ventos vicinais e pedras... não preciosas.
Vezes havia festas,
vezes havia fome,
vezes havia o tudo e o nada - ao mesmo tempo,
vezes havia fadigas d'alma, do coração,
até o momento - (in)digno - da bifurcação.
Entre um lado e outro,
olhares penosos de uma só face à decidir
(nem mesmo o reflexo do espelho pra em conjunto refletir),
resta-me a opção:
- entre o claro e o escuro (e não é chopp festivo),
- a paz e a guerra,
- o amor e a dor,
- a sorte e a morte.
Mas se todas as indulgências serão santas e benignas (ao fim da reza final),
e se vez que qualquer dos caminhos ter-me-á consequência em dores,
risos e horrores,
feridas (mulheres bonitas) e bolhas...
a dissonância do fim é o apenas a decisão.
E pois de fato, ao princípio, daquilo que já foi dito e ensinado,
malgrados améns ao Deus de verdade,
procuro o viés do acerto,
e reluto por entre o auto-flagelo da humana vaidade.
Fico perdido e me sinto sábio, na bifurcação,
entre a consciência e a insanidade,
E o que me cabe contudo, para o meu próprio bem, é a escolha...