SUTIL
SUTIL
Visto-me hoje da essência,
cubro-me da nudez,
pura e impura (as duas),
porisso me tenho despolido das amarguras,
impoluto das ditaduras,
mais que demais por sutil,
nas areias da madrugada,
nas ruas acimentadas,
e nas infâmias do meu cinquentenário.
Sutil - não fútil - nem cínico,
nem pálido - nem tímido,
mas decidido.
Sutil apenas isso,
e é o que me basta.