FOI-SE
FOI-SE
Foi-se um tempo em que nada era compreensível.
Nem a paz nem a guerra.
Nem os dias nem as noites.
Nem nada daquilo que acontecia.
Nada era claro.
Nada aos bons olhos se entendia.
E o silêncio proposital (que agredia) vivia em fronte bélica,
com a ira desmedida do(s) enfermo(s).
E as marcas dos confrontos foram perenes.
E os encontros foram sucintos.
Pouco tenazes.
Mas foi-se esse tempo apaziguado pela dor.
Depois da separação, o esperado encontro.
Que houve resplandecer ao um novo colorido, sem cor.
E novos contatos vieram - fantasiosos e necessários,
ainda marcados pela ausência de melhores entendimentos.
Dúvidas e pendências ditavam as regras da conveniência.
E as vozes do novo tempo eram pedidos de desculpas,
O olhar era sereno, não mais calejado pela ardência do fogo.
O caminhar era como o alento de um pastor sofrido com o calor do sol,
O sofrimento não mais era alheio, mas compartido.
E a maturidade nos fez por imposição, encontrar um ponto em comum.
Mas foi-se... e hoje parece que nada foi em vão.
A tudo se planta um significado.
Pra refrescar (risos)... um sorvete pra aliviar.
E páginas foram viradas,
Foi-se...