NOSTALGIA
NOSTALGIA
Pra que ter a nostalgia do ontem?
Se os espaços vazios que me reservam o destino,
o tempo,
olham pra frente,
e procuram versos poéticos que não se enganam jamais ao passado.
A nostalgia, à mim, não contagia.
É concupiscência.
Contamina...
A pele, a mente, o corpo, a alma. Por vezes aniquila,
entorpece de medo aquilo que mais tenho de bom em mim: 'eu'.
'Epilepsia' a morte do que se foi.
E apenas embriaga à quem de sua sorte,
Comeu bálsamos de outono, daquilo que um dia se aproveitou.
- Tchau nostalgia. By, fora, adiós, ciao, vá-se embora.
Não fora a magia que no âmago da palavra se esconde,
- uma etmologia -
pois retrata um sonhar-sentimento ao doce encantamento da vida,
o que me assusta e alumia, de si mesmo,
é sua ética e cultural antropofagia.
Mas ela não delimita favores,
nem muito escolhe arranha-céus pra escalar.
A nostalgia é escassa no seu pensar.
Nada ela faz para o mundo melhorar.
Em retórica de si mesmo - vaidosa e porfíria - apenas se volta ao passado, se encanta, se glorifica e se basta.
Nefasta. Pois de mim, já disse, se afasta...
E eu cada vez mais sério, sem ser melancólico,
busco mais o intróito do que venha à frente acontecer.
E nos raios de luzes que me encantam aos sextos sentidos que tenho,
Procuro expulsar dentro de mim, uma nova energia,
a novel transformação do meu ser;
algo do entorno de si (e de mim) e de pura magia.
Não que seja em viés uma fantasia,
mas que me traga a tão e sonhada paz...
Porisso não tenho que bater palmas aos filmes já vistos.
Nem ler livros já lidos.
Nem buscar os amores perdidos.
Nem retroceder aos toques vazios da minha'moção.
E muito menos folhear agendas antigas.
E nem que o diga ditado, ainda que por mera analogia,
(eu posso até mesmo cometer erros)
eu não quero nada daquilo que um dia se foi.
Não quero mais, nenhuma e nem outra, nem outrora,
passada ou vivida, sentida, ainda que gostosa...
...nostalgia.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 05/10/2016
Alterado em 23/04/2017