ABSORTO

Não quero mais indispor o meu ego com a realidade.
Encontro-me calmo. Absorto.
Mesmo diante da incógnita ciência, desta vil humanidade,
Que nada produz de efeito ou a bom termo.
Tudo é produção anormal, insensitiva,
Sem muito nexo, sem muita noção.
Coisa paliativa. 
Exemplos que são, os computadores dão a falsa sensação do bem-estar.
Uma mentira inigualar... que apenas aprisiona vidas em jogos de vaidade.
Telas da materialidade. 
Eu sou do contra, eu apenas procuro pessoas.
Já me senti confuso. Mas hoje não mais...
Só escuto reclamações,
Só vejo as dores,
Só sinto que todos sentem rancores,
Percebo que mentiras são tão proferidas, quanto respiradas em moléculas de ar. São notícias vivas que estão por aí, pra ninguém negar.
Divirjo-me então da maioria. Eu procuro pessoas.
E sinto-me singular.
E disto prefiro não me abandonar, mas, em antagônico sentido,
Eu busco por vezes estar só.
Na companhia de mim mesmo.
Fatos que não me traem distância do absorto.
Porquanto abasteço-me da minha própria razão.
Talvez isso me basta (assim já me disseram).
Talvez seja o suficiente. 
Talvez isso seja o meu conforto.