(RE)VIVER

(RE)VIVER

Eu quero beijar a madrugada,
Como quem busca conforto nas boemias da Rua Augusta.
E assim reviver encantos,
Regozijar meus momentos, 
Reativar apanágios dos meus sonhos.
Mas não que eu me sinta só,
Eu estou sóbrio. Em equilíbrio, sólido.
Mas é que o pó da estrada embaça a minhã visão,
E vendo os ciclos que se fecharam, e muito rodaram,
E rondaram as paredes bem feitas da minha prisão,
     (me roubaram de dentro de mim)
Eu tento apenas abrir os olhos pr'uma nova emoção.

Então reviver é talvez renascer,
E não diz respeito a escolher o passado como presente.
Ou somente a única verdade.
'A verdade é para sempre; os homens não' (Madame Bovary - Gustave Flaubert).
E por tal conta, sinto que tudo são ciclos que vão,
E por tal conta, sinto que tudo são ciclos que vem,
Ciclos que abrem e fecham - como circos em círculos atmosféricos,
Deixando-me tonto, sem mesmo sentir claustrofobia.
Aliás, eu não quero mais fobias...
Entretanto, fujo constante do mal-do-século.
Mas o amor é que me deixou assim.
Entenda...
Perdido, sozinho, errando de bar em bar, procurando encontrar... (Lulu Santos)

E o que eu faço, então?
Nada!
Colho-me em minha poesia. 
Não vou mais adoecer, 
E no mais, 
Tenho apenas de (re)viver...