O SILÊNCIO
O SILÊNCIO
Batem-se as portas nobres; fecha-se o esperado,
silêncio...
Lido o livro de romances e anedotas; termina-se a literatura,
silêncio...
Busca-se o tão sonhado trabalho, vagas ocupadas; e nada de trabalho,
silêncio...
Beijam-se o beijo da despedida, foram-se embora; adeus,
silêncio...
Parte o trem da estação, ausentes os passageiros, foi-se; não mais volta,
silêncio...
Olhos que se cerram. Cama aconchegante. E aquele friozinho da estação do inverno no tempo lá fora; sem acalanto pro desabrigado,
silêncio...
O prato está vazio de comida, mas não porque fôra comida, e sim porque ausente o alimento pra quem dele então necessita; escassez,
silêncio...
E depois do apito final, apagam-se as luzes. A platéia se recolhe satisfeita do resultado. O embate fôra de feliz empate. O jogo foi pré-combinado. Todos ganham e ninguém perde (somente perde quem não assistiu ao teatro). Agraciaram-se pois, todos os entorpecidos e enobrecidos corações.
Mas o silêncio... este não cala a voz da sua consciência. Este perdura nas inquietas emoções... de quem busca mais.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 23/08/2016
Alterado em 23/04/2017