EU TENHO
EU TENHO
Eu tenho a vida à minha disposição,
Eu tenho fé na contramão,
Eu tenho tempo a vontade,
Eu tenho toda a minha liberdade,
Eu tenho tempo de dizer não,
Eu tenho o possível pra dizer sim,
Eu tenho sorte de ser o que sou,
Eu tenho ironias do que passado que se passou,
Eu tenho metas a realizar,
Eu tenho sonhos a concretizar,
Eu tenho medo do medo que em mim há,
Eu tenho estórias para contar,
Eu tenho nada e tudo ao mesmo tempo,
Eu tenho na vida risos e também o lamento,
Eu tenho alegrias e tenho sofrimento (como qualquer um),
Eu tenho aquilo que quero,
Eu tenho ensejo daquilo que espero.
Eu tenho aquilo que me cai bem,
Eu tenho dinheiro - muito ou pouco - não importa,
Pois quando eu abro a porta (da vida), eu vejo o básico,
E vejo que eu tenho o necessário que se deva ter,
Nada que é trivial,
Tudo isso pra açoitar, aguçar e aceitar... o cerne do meu 'ser',
Eu tenho pois, e porisso, o mundo à minha volta,
Eu, como disse antes, tenho portanto, a mim, o necessário,
(o desnecessário é deveras um supérfluo)
Eu tenho todos comigo (amigos) e tenho também ninguém (inimigos),
Tudo isso eu tenho,
Naquilo que me é de direito,
Daquilo que eu possa ter.
E tudo isso é meu, eu sei.
E se tudo isso que eu tenho é o que me provê,
Eu tenho somente aquilo que me convém:
O imaginário,
O acontecido,
O incansável,
O realizável,
O premeditável,
O tempo infindável.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 12/08/2016