POEMA SEM NEXO
POEMA SEM NEXO
O complexo texto de um poema arcaico,
Sem nexo, muito menos o nada à oferecer,
Ficou depositado no congelador (da alma).
Fechado ao mundo dos tolos,
Aberto ao enigma da madrugada.
E da pátria-amada, nada...
Apenas sem teto,
Sem emprego ou sem dinheiro.
E também sem nexo (de novo),
para os cinéfilos (nada novo).
Num plano ótico (não gótico),
Para os famintos religiosos,
Fanáticos por hambúrguers sem ossos.
Um viva ao consumismo, dito pragmatismo.
E todos fracassos comemoram seus êxitos,
Lampejos e desejos...
Atacados de raiva e insestuosos varejos,
E se viu que o plano mental é dos ricos bancários
(filhos-da-puta).
Um quebra-cabeças de palavrões,
E das merdas caem trovões - de glórias,
Relâmpagos amargos, censurados, obcecados, sem sons.
Um trânsito confuso entre letras e pontuação,
Que não giram nem se encaixam,
São parafusos do nada.
Parafusos dos corpos multilacerados...
O povo então que é livre (?)
Do dinheiro, encarcerados.
Tudo, muito do tudo e do presente e além,
Sem rezas, promessas nem blá-blá-blá dos 'améns',
Entre textos cortados e curtidos,
Fantasias e dilemas anexos,
E oxalá haja gozo sem sexo,
Pois tudo é razão. E tudo também é emoção.
Assim é que é, assim há de ser.
O mundo todo é confusão que se entende.
Vias, arrelias e trocas de ponderações.
Infindáveis conexões. Reflexões.
Fonemas dislexos,
Mas tudo é totalmente sem nexo (repita-se).
Entre o viver e o perecer,
Palpita-se...
E o (in)inteligível poema se faz acontecer.