CONTAS & CONTOS
CONTAS & CONTOS
O destempero do atual momento,
Dá-se o sabor doce e o salgado,
Porque me chegam contas,
E troco-lhes por velhos contos.
E entre contas & contos,
Martírios e sonhos,
Quantas fineses e quantos propósitos,
Quânticos versos, diagnósticos.
E quotas das minorias.
Quocientes (in)sanos e pesados, tranquilos.
E como me saio?
Pago adimplência e admito minha torpe dormência.
Tudo são verdades e mentiras ao mesmo tempo.
E de que lado vai-se ficar? Depende do que se quer.
E sinto o silêncio... dentro de mim.
Não choro mais porque me secaram as lágrimas.
Também não rio.
Apenas conto o quantum que tenho.
É o saldo do meu alquiler.
Salga-me pois, por tudo isso e aquilo: a poesia.
Por ela, virtudes e defeitos a escapulir.
São contas e contos, dedos e palavras,
Cálculos e verbos, e roupas, a vestido das lavras,
A um contexto que me faz refletir.
E ao ano que passa ligeiro...
Por contas e contos,
... (respiros) ...
Tudo em quatro estações que me cabe sentir.