ALHEIOS DELÍRIOS
ALHEIOS DELÍRIOS
Não vou mais escrever poemas,
São textos imaginários, do meu 'eu' imaginário.
Exponho palavras que exprimem rancores (e dores), amores.
Belezas sem fotos, néctar da mia vida, paisagens sem flores.
E poucos me entendem...
E portanto me caio na angústia do vazio.
Que nada me dizem pro bolso.
Não me apaziguam...Não pagam minhas contas...
Eu vejo o dinheiro e a incógnita andarem de mãos dadas.
Preciso de outra forma, me descobrir.
Não vou mais escrever poemas.
Profiro sábias palavras que nada dizem.
Se fantasiam na glória de serem apenas palavras.
Então vou apenas aos outros ler.
... risos, vou me enaltecer.
Então vou apenas cobrir-me de palavras, de anseios,
De textos e verbos, conceitos de outrem,
Páginas divididas,
Estórias colhidas e lidas,
Alheios delírios alheios.
E como eu disse, então vou apenas aos outros ler,
E assim tornar-me-ei um sábio,
Cético, fático. E quieto no canto.
Pela leitura externa,
Meus delírios ficarão alheios,
Loucuras em vão,
E ninguém precisará me decifrar.
E eu comigo mesmo, lendo aos outros.
Desejos, contornos e falseios.
E eu sábio dos meus próprios anseios.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 17/06/2016