UMA SUAVE VOZ
UMA SUAVE VOZ
Ao longo d'outro lado da linha telefônica,
Que já não é mais linha por fios -
- é por 'net-comunication' -
E no vício da mistura dos meus contatos,
Meus linhos e pessoais desafios.
O aparelho não gira mais o discar entre dedos.
Apenas teclados. Toques singelos.
Tudo é novo.
Apertos biométricos. O mundo é mudança.
Eu ouço uma suave voz...
Que não muda.
Seja o tom do cochilo, seja a sua suavidade.
Uma suave voz...
Que me contempla saudade,
Que me contempla esperança,
Que me traz piedade,
Que me induz aliança...
De um tempo,
De um acalanto,
Da vários carinhos trocados,
Aos trocos do nosso encontro-caminho.
E aquela suave-voz não me diz nada.
Apenas o necessário, nada além daquilo que quer dizer.
E eu termino o meu dia, sem tampouco tarefas fazer,
... Como fora a minha manhã.
De tentativas,
De expectativas,
De outrora, ou de antemão,
Aquela suave voz,
Pra suavizar o meu tempo,
E esquecer minha solidão.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 06/06/2016