CAVEIRAS
CAVEIRAS
Cemitérios e necrotérios,
Deitadas de lado na periferia, cobertas de plásticos e balas sombrias,
Caveiras, seresteiras, sorrasteiras – sórdidas, e forasteiras,
Espantadas ao mato velho,
Bolinadas de mistérios,
Em cidades e pastagens,
Caveiras que não vimos,
Sentimos,
Tudo em decomposição, menos elas,
São ossos que permanecem em elucidação
Mas não ossos do ofício (que embora matam),
São latrocínios e homicídios.
Quaisquer tipos de ‘cidios’, ‘cilos’, ‘cinios’ e ‘silios’,
Ao mundo cadavérico tudo é um fascínio. Morticínio...
Caveiras no cio. Caixão macio.
Choros e risos no velório, já discutindo o patrimônio,
Eita... parece mesmo coisa do demônio,
Mas é de Deus, por Deus, Ave Caveira,
Cadê?! Caveiras,
Danças, milagres, festas. Tudo mil maneiras,
Caveira(s), consequência final da vida que se deu.
Não é em si a morte: passagem pro paraíso,
Efêmera doutrina: Caveira então é sorte.
Não se tem porque temer (não vai doer),
Ao final tudo lá se chegará... ao modo caveira de ser.
Caveira que se é e passa ser, ao final, quando se parte.
Pra mim não é medo (eu digo). Já foi em vão...
Hoje, Caveira(s), é coleção,
Em conjunto (a dois) se há de guardar,
Caveira(s), a conclusão: todas são obras de arte.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 11/03/2016
Alterado em 23/04/2017