Antonio Jadel

Entre Sonhos & Poesias, a realidade do dia-a-dia.

Textos


COPOS VAZIOS

COPOS VAZIOS

Havia na sala roupas rasgadas
e peças íntimas dependuras no lustre a meia luz.
O aparelho de som ligado, sem a frequência de nenhuma estação,
e que fazia o onomatopeico ruído do 'shshshsh'.

E esse barulho não incomodava à ninguém...
O aspecto era sinistro, dava demais sensação.

Portas entre-abertas,
Vitrôs escancarados ao luar (ao caminho do amanhecer),
corpos caídos na cama do pequeno aposento
(estavam molhados),
Lençóis desmanchados, 
e um pequeno rasgo no colchão.
Ao lado, copos vazios...
Nem um líquido dentro, nada havia, então.

A garrafa do destilado totalmente seca,
uma faca próximo a mão do varão,
que fora utilizada, de antemão.
Via-se muitas manchas de sangue no chão.

(...) Um crime cruel, diriam os menos atentos.
(...) Não !
 
Fora uma noite de amor, luxúria e paixão.
Entre si, eram corpos vadios.
Coitos e palavras insanas,
Beijos e muitas manhas,
Gozos muito sacanas.
Brincadeiras de um casal liberal.
Estrapolias de adultos, nada anormal. 

E ao final do último ato,
Pra mais uma caipirinha, tentou-se cortar o limão.
Um descuido...  
Um desajeito de ocasião...

E a batida fora no dedo, muito cortado o dedão, 
E se embebedaram de novo (sem o limão),
Com o corte na mão,
Riram e choraram - era tudo ilusão.  
Os copos vazios (ora já dito, então),
E sem se importarem com a situação,
Desmaiaram o casal no bendito sono,
a sedutora varoa e o descuidado varão.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 20/02/2016
Alterado em 23/04/2017


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