FALSOS GLAMOURES
FALSOS GLAMOURES
De muito de longe, por cima, eu te observo cidadão, contente demais,
Talvez pelo que tenhas,
Ou pelo que faz,
Pelas suas honrarias e insígnias,
Ou então pelos seus (i)lícitos amores.
Mas não se engane homem, pelos falsos glamoures,
São todos efêmeros da sorte:
pois seus pertences, após a hora-final não mais lhe pertencerão,
pois seus escritos, nos livros hão de se apagar,
pois seu vestuário, é tecido por trabalhos escravos em micro-tendas da periferia,
pois seus perfumes, são águas escorreitas vendidas no contrabando,
pois seu automóvel, é condutor da poluição,
pois seu alimento, é muitas vezes tirado do esfomeado,
E o seu digno trabalho, é atropelar quem não tem ganha-pão,
A sua bebida entorpece, e mata sem dó, na viária condução.
Teu dinheiro por fora, é pálida destruição - da Pátria, desta nação.
Tudo em glamour é subversão,
Janela de horrores, abertas ao tempo que entra,
E teu status é sinônimo de depressão.
Não se engane homem, por falsos glamoures,
Suas mulheres de noite são pagas
(fíctos momentos de amor),
A febre do ouro é a mesma febre que mata em epidemia,
A riqueza é aquela que esmaga (trucida) a pobreza, e vai além...
... busca a miséria pra que nela então se conforte.
Dê tempo ao tempo, idolatrado homem,
e tua sorte vai bater de cara com a morte.
E perceberás num sorriso vaidoso, sem graça,
Que a vida é cara, tem o seu preço, não é barata...
Não se engane homem.
Não se engane, cidadão.
Falsos glamoures, são venenos da sua pífia percepção.
Melhore e aguce (ainda é tempo), tua modesta reflexão.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 18/02/2016