A DOR
A DOR
A dor que dói, é a dor de hoje-presente,
Dói muito, dói fundo, dói profundamente.
Corta a pele, corta o ser, estraçalha todos os órgãos,
de forma latente.
E a dor dói...
Porque renega o passado - o aprisiona (esquece que ele viveu),
e teme demais o futuro que se virá.
E a dor dói, dói muito. Dói de verdade.
E porisso a dor quer vingar:
- a blasfêmia dos sorrisos,
- a mentira dos desejos,
- o engano dos conselhos,
- o desvario dos acertos,
- a tirania dos segredos,
- a ironia do poder do dinheiro,
- a infâmia da vida conjunta,
- a verdade do amor que já se apagou.
Todas as velas que se ascendem,
Fazem arder sua chama.
Se alumiam pra alguma vontade, em consideração.
Mas a parafina derrete. E a luz se apaga.
E a dor que dói hoje,
Martiriza o ego,
e inferioriza - sem dó - somente com dor, os sentimentos.
(...)
Então agora sou eu que grito em uníssona voz (por todos):
- Deus, por amor,
Nos dê o remédio certo pra curar essa dor!