TUDO BEM... É CARNAVAL
TUDO BEM... É CARNAVAL
Eu volto dos meus pessoais afazeres,
E vejo dizeres, em verdade, rabiscos nos bancos do coletivo,
Daqueles que ainda sobrevivem
(porque os demais, foram quebrados - violentamente depredados).
Eu vejo corpos caídos, não enaltecidos,
Bêbados desvairados e loucos embriagados (tudo na mesma).
Homens e mulheres que são empurrados pra sobreviver,
Jovem poderes - muitos drogados. Drogados de tudo,
Dependurados à própria sorte.
E que pena... pois alguns hão de encontrar a morte.
Eu vejo risos sem nexo, palavras jorradas ao vento,
Que desalento,
E vômitos no chão do metrô, tudo encharcado, alagado...
... de podres secreções (sub)humanas,
Fadas e super-heróis só se tem em fantasias,
Mentiras-de-verdade, só em alegorias.
Mundo real: algazarra, bagunça e violência,
Nalguns momentos, brigas e tiranias.
E não vi a boa, mas só o escárnio da 'putaria',
Tudo é festa em maledicência.
Ouvi gritos histéricos de quem não sabe o que quer,
Plumas e paetês. Nos corpos, e nas beiras do abismo.
Pessoas entorpecidas numa tirania obscura.
Pois é...
E o lixo que não dá conta de si mesmo.
Tudo envolto num lisonjeio de fé.
Mas tudo isso não faz mal...
O povo há de ser mui feliz.
Tudo bem... é carnaval.
OBS: não sou um crítico do carnaval. Pelo contrário, eu gosto demais dessa festa e da alegria que nos proporciona. Também não sou falso moralista. Tudo na vida é evolução da maturidade. O poema acima é apenas uma ótica, uma perspectiva daquilo que observei na festa cidadã.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 10/02/2016