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CASTELOSCASTELOS
Acreditamos em nossos sonhos,
Veneramos nossos castelos,
Formamos puras e mentecaptas ilusões.
Construímos nossas fortalezas, esquecendo-nos das interiores fraquezas.
Tijolo por tijolo, pétalas de rosas, jardins enigmáticos,
Lustres e luzes da melhor combinação.
Torres enormes, emotivas ao luar,
Vitrais coloridos ao mais puro êxtase.
Roupas com brilhos de seda, de marcas caras, costuradas por expatriados que vivem no submundo das vestes,
Tudo regado ao melhor dos sabores do vinho...
Tudo está bem (fruto do acaso),
E num momento de lascivo fascínio,
Entorpecido por uma realidade mundana
(que em verdade não engana),
Pensamos que tudo era pra sempre...
'Mas o pra sempre sempre acaba' (Renato Russo),
E quando acaba, numa fração de segundo ou no tempo oportuno,
Tudo ruína, água abaixo, rolam-se as pedras...
Os castelos se auto-destroem,
São tomados por guerrilheiros armados,
São demolidos por novos ditadores,
São cobertos por florestas vorazes,
São comprados ou transformados por famílias abastadas,
Viram museus, coisas da história,
Públicas repartições, nada mais seu, muito menos que é meu,
Castelos e antepassados.
Algo do pretérito imperfeito.
'Não é mais hoje aquilo que foi'.
E a estória de quem um dia acreditou no infinito 'pra sempre',
Ganha contornos de uma nova realidade.
Novos comandos da vida.
Frio ou calor. Chuva ou sol.
Risos ou lamúrias.
A vida não pode parar,
Tudo depende ao modo que vai se encarar...
Os castelos então se transformam,
Ao tempo que passa a idade,
E o tempo não tem piedade (lembremo-nos disto),
Perdem a primogênita identidade,
Os castelos então construídos,
Viram vaidade (indignidade) ou viram saudade (álbum de fotos).
Os castelos que foram formados, acreditados,
Não são mais hoje, aquilo que um dia se foi.
Antonio Jadel
Enviado por Antonio Jadel em 02/02/2016
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