REI DO MEU REINO

Os espelhos se quebram,
Os medos se rompem,
O mundo se transforma,
O ideal vira um acaso,
E o acaso são coisas frívolas.

As fantasias se vestem, mas se dissipam,
E o que seria algo novo, é de ontem,
E se o novo nada mais é do que o desejo de ontem, não é novo,
... é velho, algo que vem do passado.
Não se renova, apenas se veste de outra-nova roupagem.

E a vida apresenta disfarces.
Múltiplas faces. Dilaceradas ou não, múltiplas faces,
Daquilo tudo que um dia se viveu,
E ainda se há de viver.
Tudo que é feito de pó vira pó...
Divinas Comédias Humanas.
Somos alegoria e fantasia, do nosso pessoal carnaval.

E se assim é, pois se assim há de ser,
Não se vive o hoje conforme o ontem.
Nem muito menos o futuro.
O hoje se vive hoje. Nada mais.
No tempo, no espaço, na odisseia da realidade.

E percebo atônito em meu mundo,
Que os amores se renovam.
Ah, os amores se renovam.
Assim como o dia-a-dia...
Sempre com as mesmas expectativas de um final feliz.
Sempre buscamos a perfeição, naquilo que é imperfeito.
Então, dito e feito, tudo começa de novo.

Por esperança, me sento no trono.
No trono do meu próprio reino,
No meu comando. Minha pequena soberania.
E vejo por cima dos olhos, a cidade que corre atrás de si mesma,
Não sabendo realmente o que se procura...

E eu, sentado no trono do meu reino,
Continuo procurando respostas,
Pro meu entorno.